O guindaste triste

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As obras da nova construção acabam de começar e duas escavadeiras estão competindo pra ver quem consegue fazer mais coisas, mas o guindaste acaba ficando de lado porque ainda não chegou a sua hora. Por isso, as escavadeiras começaram a zombar da sua inatividade. O que vai acabar com essas palavras rudes?
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O guindaste triste
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Vários carros se reuniram perto de um parque, na periferia da cidade. Com eles, chegaram muitos trabalhadores, todos usando jaquetas e capacetes laranja. E eles andavam pra cima e pra baixo, bem pertinho do estacionamento.

De vez em quando, eles paravam e desenrolavam enormes folhas de papel para dar uma olhada nas plantas que estavam desenhadas neles. Era o projeto de um novo condomínio e uma nova escola. Depois disso, pegaram um rolo de fita listrada de amarelo e preto e estenderam ao redor do canteiro de obras. Agora sim o trabalho poderia começar!

Duas escavadeiras e um guindaste alto também estavam parados no estacionamento próximo à construção. Eles não aguentavam mais esperar para começar a obra! Durante vários dias, estiveram se olhando envergonhados até que, finalmente, um deles quebrou o silêncio.

“Mal posso esperar pra começar a cavar”, disse a escavadeira grande.

“Eu também!”, disse a escavadeira pequena. “Eu adoro cavar coisas e usar a minha pá. E o que mais gosto de fazer - continuou a escavadeira, emocionada - é esperar os dias de chuva pra poder brincar na lama!”

O guindaste, que não queria ficar de fora, disse: “Bom, eu gosto mais do trabalho limpo que vem depois. Gosto de levantar pedaços enormes de parede e ver como os prédios ficam cada vez mais altos!”. E continuaram conversando sobre o quanto estavam ansiosos até bem tarde da noite.

Pouco tempo depois, as escavadeiras começaram a trabalhar e puderam usar suas pás o dia todinho. A escavadeira grande fez uns buracos enormes no chão e a escavadeira pequena não saiu de trás dela para garantir que o chão ficasse bem lisinho.

De noite conversaram de novo sobre o trabalho e as escavadeiras se gabaram de como eram boas no que faziam. E então, começaram a zombar do guindaste, que ainda não tinha passado nem uma vez pela construção.

“Ei! E você aí, hein? Perdeu a hora? Você só ficou aí sentado, nos assistindo o dia todo. Por acaso você sabe alguma coisa sobre cavar? Pelo jeito você não tem nem pá”, disse a escavadeira grande, em tom de provocação.

A escavadeira pequena também quis zombar do guindaste e disse: “Olha só pra ele! Ele não consegue nem entrar na obra. Ele não tem esteiras como nós temos e essas rodinhas dele ficariam presas na lama. Ele seria inútil!”.

O guindaste ficou tão triste que, quando anoiteceu, deixou cair lágrimas gigantes pelo para-brisa.

Nos dias seguintes, as escavadeiras continuaram cavando buracos para a estrutura dos novos edifícios e, durante a tarde, sempre zombavam do guindaste dizendo o quanto elas eram úteis e ele não. E quanto mais elas repetiam, mais o guindaste se sentia mal. Estava sozinho, longe dos outros e quase sem esperanças de algum dia ser útil.

“Será que elas têm razão? Estou mesmo aqui atrapalhando ao invés de ajudar?”, ele se perguntava.

Um dia, começou uma chuva bem forte. Choveu por vários dias e noites e a obra foi paralisada. As escavadeiras estavam entediadas e passavam o dia todo brincando na chuva, no estacionamento. Até que uma tarde, um desastre aconteceu.

A pequena escavadeira estava se exibindo, correndo pelo estacionamento e jogando lama pra todos os lados, até que se aproximou de uma área no parque que estava encharcada pela chuva e tudo desabou! E a escavadeira caiu em um enorme buraco.

“Socorro!”, ela gritou. E depois ficou em silêncio. Só dava pra escutar a chuva batendo no chão.

A escavadeira grande foi rapidamente, com muito medo, até a beirada e se aproximou com cuidado para não cair no buraco também.

“Ei... pequena, você tá bem?”, a escavadeira grande perguntou na escuridão.

Primeiro houve silêncio, até que uma voz respondeu: “Eu tô bem, mas não consigo me mexer. Como eu vou sair daqui?”

Enquanto a escavadeira grande pensava como tirar a pequena de lá, a noite foi escurecendo ainda mais e a pequena escavadeira, com medo, começou a chorar baixinho.

Então a escavadeira grande teve uma ideia! Ela poderia pedir ajuda para o guindaste!

Foi rápido até onde ele estava e quando estava a ponto de contar o que aconteceu, primeiramente decidiu dizer:

“Guindaste, quero pedir desculpas por incomodar você. Eu sei, e todo mundo aqui sabe, que você vai ser útil na obra depois que terminarmos a nossa parte. É você quem vai construir as casas. Não foi justo a gente zombar de você.”

O guindaste ficou pensativo. Ele tinha se sentido muito mal por causa das escavadeiras e uma simples desculpa não ia resolver.

Mesmo assim, a escavadeira grande continuou. “Por favor, desculpa, a gente precisa muito da sua ajuda. A pequena caiu de um buraco enorme no estacionamento e não consegue sair de lá!”

“O quê? Agora mesmo!”, disse o guindaste. E imediatamente esqueceu as provocações e foi rápido ajudar a escavadeira. Na verdade, ele não teve que ir a lugar nenhum. Ele só teve que girar seu braço gigante na direção do buraco, encontrar bem o centro e deixar seu gancho cair.

“Pequena! Prende o meu gancho em algum lugar seguro e eu vou puxar você de volta”, ele gritou.

Um minuto depois, uma voz grita lá do fundo: “Tudo pronto!”

Então o guindaste juntou toda a sua força e começou a enrolar sua corda e, pouco a pouco, a pequena escavadeira foi saindo do buraco. Ela estava salva e todos respiraram, aliviados.

As duas escavadeiras se aproximaram do guindaste, envergonhadas, e a escavadeira grande disse: “Guindaste, sentimos muito por tudo o que falamos pra você. Você é a máquina de construção mais importante que já vimos! Sem você, a pequena nunca teria saído desse buraco. Por favor, você pode nos desculpar?”

Mas o guindaste já tinha esquecido disso há muito tempo! “Esqueçam isso, eu já desculpei vocês há um tempão. Afinal, estamos no mesmo time! Podemos ser amigos?”

E as escavadeiras levantaram suas pás e bateram no gancho do guindaste, aceitando sua amizade.

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