Charles Perrault
Chapeuzinho Vermelho
Não fale com estranhos. Este famoso conto de fadas nos lembra que falar com estranhos pode ser perigoso. Felizmente, esta história tem um final feliz.
Era uma vez um pavão que vivia perto de uma pequena lagoa. A lagoa tinha folhas de nenúfar e era cercada por juncos de um lado. Todos os dias, o pavão passeava orgulhosamente pela margem, exibindo suas magníficas penas coloridas sempre que encontrava outro pássaro. Sua cauda gigante, repleta de cores e padrões cintilantes sob o sol, era admirada por todos que viviam por perto.
Quando não havia admiradores à vista, o pássaro se deliciava admirando seu reflexo nas áreas claras da lagoa. Às vezes, até chutava uma pedra na água para criar ondulações na superfície e admirar sua própria beleza nas pequenas ondas.
Com o tempo, seu orgulho se transformou em arrogância e presunção. A seus olhos, outros pássaros não eram bonitos o suficiente para conversar ou, Deus o livrasse!, para se enturmar. Todos ao seu redor estavam bastante irritados com isso, então os outros pássaros elaboraram um plano para pregar uma peça no pavão egoísta e metido.
Eles deram a tarefa a uma garça comum, a ave mais comum e desinteressante em comparação ao pavão. Seu corpo magro, sua coloração cinza e suas pernas finas a tornavam o oposto do pavão. Nem de longe, não havia pássaro mais sem graça e normal do que a garça.
Uma bela manhã chegou. Os pardais estavam cantando e o sol brilhava, sem nuvens no céu azul. A garça esperou e observou, esperou e observou. Finalmente, viu o pavão admirando seu próprio reflexo novamente! Ele alisava suas penas coloridas.
Ela partiu para dar um pequeno passeio, usando suas longas e desajeitadas pernas para encontrar o pássaro vaidoso. Quando se encontraram, o pavão imediatamente começou a zombar da garça:
"Oh, garça, por que você não faz algo com essas suas penas? Você não quer parecer pelo menos um pouco mais interessante? Olhe…